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Viagens

Um orçamento para fazer uma viagem a Nova Iorque

Quem me segue aqui, sabe que não posto há muito tempo. Mas quem me segue no Instagram, viu que passei os últimos dias de novembro em Nova Iorque.

É de facto uma viagem de sonho, cara e por isso, impossível para muitas pessoas.

Eu própria pensei o mesmo quando contemplei a hipótese. Seria a viagem mais cara da minha vida e não sabia se o meu bolso iria suportar a viagem e chegar a casa não falida para para pagar todas as contas necessárias.

Contudo, estou bem, a viagem foi incrível e recomendo qualquer pessoa no mundo a visitar esta cidade. Porque viajar faz sempre bem e conhecer diferentes realidades abre-nos os olhos.

E para que a tua viagem a Nova Iorque seja possível, é necessário por mãos à obra. Antes de pensares que a viagem é impossivelmente cara, fala dos valores em concreto. Um hotel são 800€ ou são 2000€? Se consegues 800€, então consegues ficar lá. A viagem de avião também é possível? Então, tudo se torna mais fácil.

Assim, se queres que a tua viagem de sonho se torne realidade, partilho contigo o orçamento que fiz para esta viagem.

Antes de fazer um orçamento, sabe que tipo de viagem queres fazer:

É a primeira vez? Queres ver tudo? Gostas de andar com calma?

Primeiro deves perceber que tipo de viajante que és, pois pode influenciar o número de dias que vais estar na cidade. Nós decidimos o nosso perfil: queremos conhecer Nova Iorque de uma ponta à outra, pois é a primeira vez e queremos ter o máximo da experiência. Foi-nos recomendado no mínimo 5 dias e definimos ficar por 8 noites, devido às viagens de avião.

Os oito dias permitiam-nos também fazer várias coisas: visitar diferentes bairros, ir a espectáculos e atrações, ter tempo para aproveitar a cidade.

É importante veres o teu perfil de viajante pois pode influenciar bastante o teu orçamento. Por exemplo, fomos a um museu e demorámos lá três horas e não vimos tudo. Se queres ir a vários museus, terás de ter uns dias só a visitar museus. Se queres simplesmente ficar na ilha de Manhattan e não visitar muitas atrações, menos dias podem ser suficientes.

Avião

O avião é uma das principais despesas que vais ter. Neste caso, a viagem de ida foram 8 horas e a viagem de volta 6 horas, voos diretos. Aqui há que pesar os prós e contras: se for um vôo direto, é mais caro, mas tens menos logísticas envolvida. Se fizeres escalas, poupas alguns euros, mas talvez passes um dia inteiro a viajar.

Nós optámos vôos diretos para facilitar e marcamos com 7 meses de antecedência (e se pudéssemos marcavamos ainda mais cedo). Ter as férias organizadas no emprego é uma boa dica para que a viagem possa ser marcada.

Ler mais: Viagens: dicas para organizar a mala de viagem

Hotel

O hotel em Nova Iorque é, de facto, um verdadeiro desafio. Não existem Ibis de 30€ a noite. Para as oito noites, o mais barato que víamos eram 850€ em beliches, ou seja, a noite custa mais de 100€.

Assim, já estavamos preparados de que a despesa seria muito superior.

Mais uma vez, deves pensar no alojamento no que realmente queres. O nosso raciocínio foi este:

  • Vamos no inverno e vai ficar de noite a partir das 17h. Assim, queremos ficar perto do centro de Manhattan, para não andar de metro à noite.
  • Os preços são mais caros, é certo, mas teremos mais acessibilidades e podemos estar mais tempo fora.
  • Não precisamos de andar de metro, por isso poupamos tempo.
  • Não conhecemos a cidade ainda, por isso, não conhecemos a rede de transportes e se nos vai dar jeito ficar a 20 minutos de metro de Midtown, se queremos visitar muita coisa.

Assim, ficamos num hotel perto de Times Square (ROW NYC) e com muitos serviços perto. Foi a nossa terceira escolha, por isso, não deixes de procurar a melhor opção até ao dia da viagem. Os preços flutuam, há promoções que podes apanhar, recomendações que podes ter.

Ler mais: Dicas de viagens: como organizei as minhas últimas escapadinhas

Seguro de viagem

Uma das minhas preocupações era sair da Europa. Viajar na União Europeia é demasiado fácil: marcas qualquer coisa, tens o Cartão de Cidadão e podes nem ter de fazer câmbio do euro. Se precisares de alguma coisa, podes ter o cartão de saúde europeu.

Nos EUA, as coisas são diferentes. Assim, pela primeira vez, fizemos um seguro de viagem, que custou 45€ para duas pessoas (fizemos com o Doutor Finanças, que escolheu a melhor proposta de seguradora). É mais uma despesa, mas um verdadeiro investimento na tua segurança e conforto. O seguro cobre despesas de viagem, saúde ou até falecimento dependendo do montante definido. Assim, podes viajar tranquila.

Visto ESTA

Como disse, entrar nos EUA não é só mostrar o Passaporte. Deves viajar com um visto especial chamado ESTA.

Para que não tenhas de passar por pedir um visto, os EUA facilitaram o processo para turistas. O ESTA é uma autorização de entrada nos EUA e podes pedir essa autorização online. Deves preencher os teus dados com passaporte, morada, um contacto dos EUA, um contato em Portugal e responder a algumas questões de saúde.

Pode parecer um processo exagerado, mas percebe-se que desde o 9/11, os serviços da Alfândega dos EUA não estão para brincadeiras. Contudo, o processo é simples e pode ser feito antecipadamente. Fizemos duas semanas antes da viagem e correu tudo certo. O visto custa cerca de 14 dólares por pessoa e podes pagar com cartão ou Paypal. Não precisas de imprimir o visto se tens passaporte electrónico, já que a autorização vai estar lá. Por precaução, imprimi as autorizações e não foi necessário mostrar os papéis.

Para saber mais sobre o mesmo, li o artigo da Krystel no Sou Nómada e pedi ajuda a uma amiga que tinha ido em Março para me ajudar no processo. Atenção que há portais online mais baratos que outros. Eu fiz o meu neste link aqui.

Cartão de telecomunicações

Minha querida Europa, como te adoro! Nos EUA, não existe Roaming e não é gratuito, por isso há que pensar de que forma vais usar o telemóvel.

Foi essa mesma amiga que me alertou para esta despesa: para usar dados móveis, vais precisar de um cartão SIM internacional, porque pagar dados móveis a viagem inteira vai sair muito caro. Além disso, protege os teus dados se acederes a redes de wi-fi públicas.

Assim, comprei um cartão SIM para o meu telemóvel, para usar dados e wi-fi público de forma mais protegida. Viajamos os dois, mas como estávamos sempre juntos, usávamos só um cartão. Custou cerca de 45€ (outra despesa), mas também não falhou. Usei o cartão lá, não paguei mais por isso, cheguei a Portugal, usei o meu cartão nacional e zero euros extra.

Alimentação

A alimentação dos EUA é pior em dois sentido: qualidade e custo.

De facto, nada se compara à comida portuguesa, que é boa nutricionalmente e extremamente barata para locais e turistas (digam-me onde podem almoçar peixe numa tasca por menos de 10€ e falamos). Assim, estavamos preparados para comer açúcar todos os dias.

Também não se pode comprar o preço das coisas na maior economia do mundo. Para termos uma ideia, o salário mínimo português para 2019 são 600€, num total de 8400€ por ano (ou seja, 9239 dólares por ano). Na cidade de Nova Iorque, um trabalhador numa cadeia de fast food recebe 15 dólares por hora, 40 horas por semana, num total de 30 mil dólares por ano (ou seja, 27.127 euros por ano). Estamos a falar que um nova iorquino ganha o triplo de um português.

Assim, podemos passar isto para o custo de vida. Se um café custa 60 cêntimos, tem de custar em Nova Iorque 1,80 euros, que são 2 dólares.

Um pequeno-almoço com panquecas ou bacon ou ovos custa mais de 10 dólares. Se duas pessoas gastarem 20 dólares ao pequeno almoço e 20 dólares ao almoço, estamos a falar de 200 dólares só para comida por 5 dias. Pode parecer de doidos, mas lá está, eles ganham mais, as coisas são mais caras.

Pack de atrações

Como falei, definimos que íamos fazer o mais possível em Nova Iorque, assim queríamos visitar alguns sítios.

Aqui tens duas hipóteses: ou compras um passe com o número de atrações que queres ou compras um passe para os dias que vais lá estar e fazeres atrações ilimitadamente.

Nós optámos pelo número de atrações no Go City New York. Ficou a 213€ os dois para 5 atrações (apanhámos a promoção da Black Friday).

Não somos pessoas de museus, por isso, utilizamos as atrações para: 1 museu, 2 subidas a arranha céus (os chamados observatories), 1 viagem de barco para ver a Estátua da Liberdade e 1 viagem para autocarro à noite.

Contudo, a viagem de autocarro não fizemos porque andamos muito a pé e já tínhamos passeado pela cidade à noite. Assim, utilizamos no Madame Tussaud, que não teve o mesmo encanto que a primeira vez que vimos em Londres. Houve também uma despesa extra, um observatório que pagamos à parte (80€ os dois), mas valeu muito a pena.

Impostos

Antes de ir para a América, ouve-se falar da questão das tips/gorjetas. Que os preços finais não são mesmo finais. Que no final tens de dar uma tip, que estão incluídas na conta.

Nos primeiros pagamentos, ficámos confusos porque é que a conta vinha mais cara que os preços tabulados, mas não era pelas tips, mas sim pelos “sales taxes”. Por exemplo, se fizeres as contas e vês que vais pagar 9,99 dólares num pequeno almoço, tens de acrescentar 8,87% de sales tax e a tua conta já vai ser 10 dólares e qualquer coisa.

Como o nome indica, sales tax está presente em todas as compras, menos na pizza de um dólar. Assim, o orçamento fica ainda mais caro.

Transportes

Apesar de andarmos muito a pé, compramos o passe de 7 dias de metro, no valor de 34 dólares cada. Arredondo esta despesa para 68€ e foram muito úteis, pois podemos ir aos 4 dos 5 boroughs de Nova Iorque: Bronx, Brooklyn, Manhattan e Queens (não apanhámos o ferry para Staten Island). Para os vários sítios que vimos, valeu super a pena.

Cartão de crédito

Para fazer a reserva do hotel, tinha de ter um cartão de crédito. Contactei o meu banco para pedir um, que por acaso estava incluído nos custos de manutenção de conta. Contudo, se a tua conta não tem um cartão de crédito associado, poderás ter de pedir um e ver o valor das manutenções a subir. É um custo que tem de ser feito.

Fun, Fun, Fun

Esta parcela de viagem foi por nossa conta e risco. Já que era a viagem de sonho, queríamos fazer coisas realmente interessantes. As suas principais forma ir ver o Rei Leão na Broadway (eu queria) e ir ao Madison Square Garden ver um jogo de basquetebol da NBA (ele queria).

O jogo foi uma prenda, pelo que não custou no orçamento. Já ir à Broadway custou-nos 360€, os dois bilhetes. Contudo, valeu todos os cêntimos e sim, recomendo a fazerem-no. Nós comprámos os bilhetes ainda em Julho, portanto o investimento que fizemos foi “recuperado” com a poupança dos meses seguintes.

Revolut

Para a viagem levei várias formas de pagamento: dinheiro (dólares comprados no aeroporto), cartão de crédito (apenas usado para o hotel) e cartão Revolut. Foi utilizado em pagamentos de supermercado e comida e funciona maravilhosamente. O cartão permite-te pagar as compras noutras moedas e o câmbio é automaticamente feito, não pagando taxas de serviço internacional que muito provavelmente o teu banco vai cobrar se utilizasses o cartão.

Para viajar para países com moedas diferentes do Euro, é o meu melhor conselho. Pode até ser usado em Portugal e ser o teu cartão usado para restaurantes e coisas específicas, regulando o saldo com o que tens disponível.

O custo do cartão são de 10€ que podem ser utilizados depois em compras, ou seja, fica como saldo. O cartão é enviado por correio numa semana. Se ainda não tens conta Revolut, podes criar uma conta gratuita a partir deste link.

Outros custos: passaporte

O meu passaporte caducou e ele não tinha precisado ainda. Assim, tivemos de gastar 50 euros em passaporte (cada um). Para o fazer antecipadamente, marcámos ir a Santarém (!) fazê-lo em Julho, para evitar as filas chatas de Lisboa. Sim, gastei gasolina, gastei um dia de férias e gastei dinheiro. Contudo, fiquei com peace of mind de ter tudo organizado com antecipação.

Se já tens o teu passaporte, não tens este custo na tua viagem.

Vamos então a contas:

Viagem de avião: 420€ por pessoa, ida e volta = 940€

Hotel: 1684€

Visto ESTA: 14 dólares x 2 + taxa = 30€

Seguro de viagem: 45€

Atrações: 213€ + 80€ =293€

Transportes: 68€

Alimentação: 368€

Fun, Fun, Fun: 360€

Gifts: 80€

Cartão SIM: 48€

Total: 3916€ = 1958€ por pessoa por 8 dias = 2000€ por pessoa

Assim, já tens um exemplo dos valores que podemos estar a falar de uma viagem a Nova Iorque. Se estes valores parecem-te elevados, não te preocupados. Lê este artigo sobre como podes reduzir este orçamento e fazer melhores escolhas do que eu.

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