mulher a não conseguir respirar dentro de água
Desenvolvimento Pessoal

O terrível mês de abril: não é para repetir

O mês de abril começou e terminou com muito trabalho e alguns sobressaltos. E às vezes é preciso pensar e refletir.

Não sou supersticiosa, mas não gosto do mês de abril. É a chuva no meio da primavera, quando o bom tempo vem, temos de ficar em casa com os dias cinzentos. É aquele mau necessário antes de começar as longas noites de verão.

Este ano, o mês de abril teve boas notícias, com o fim do confinamento depois de dois meses de inverno a trabalhar a partir de casa, com o frio, sem poder sair de casa.

Com o primeiro trimestre terminado, ainda havia muito para fazer – e acho que me excedi.

Além do desafio 90 dias, acrescentei um curso online, um webinar e trabalhos web de freelancer. Não deixei de escrever aqui, nem de estudar para o curso. No trabalho normal, ainda tive mais reuniões, mais projetos e algumas surpresas.

Ter tanto trabalho e eventos é algo de que não gosto. Ou melhor, sou um pouco workaholic e sou feliz. Mas também preciso de tempo para descansar.

Foi um terrível mês de abril e precisava de parar

Digo terrível, porque foram demasiadas coisas ao mesmo tempo. Todos os dias não podia “desligar”. Ou era estudar, ou trabalhar, ou editar sites. Foi assim semana atrás semana.

Aquilo de que não gosto é de não ter tempo para parar. Sou workaholic desde que tenha tudo gerido. Sou criativa e quero sempre ter alguma coisa para fazer. Contudo, também preciso dos meus momentos.

Quero poder ler ao final do dia, como o fiz no início do ano, lendo 8 livros em apenas três meses. Queria ter tempo para pensar e não estar em piloto automático. E estar sempre a fazer coisas pode não ser sinal de que sou sempre produtiva.

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Assim, gosto de trabalhar, mas também de parar

Acredito que o meu melhor trabalho é feito quando não estou a trabalhar. Como? Através dos momentos de descanso.

Tenho muitas ideias de artigos quando estou a caminhar ou até a tomar banho. Estudos científicos mostram que podemos ser mais criativos quando não estamos a pensar nos problemas. Ao desanuviar, tenho mais ideias, e melhores. É por isso fundamental no meu dia-a-dia trabalhar e descansar para repensar nas coisas.

O meu diálogo interno tem de acontecer para ter mais clareza e certeza do que estou a fazer. Faz parte do meu desenvolvimento pessoal que dou muita importância.

Assim, o mês de abril terminou e tudo correu bem. Os projetos foram entregues, os desafios ultrapassados e ainda consegui ter momentos com amigos e família.

Afinal correu tudo bem, foi assim tão terrível?

Este é um excelente exemplo de como achamos que as coisas são piores do que são na realidade. Na minha cabeça, não ia conseguir fazer tudo. Alguma coisa tinha de cair. Não podia falhar o desafio de 90 dias, mas também tinha de fazer o curso focada em aprender as skills necessárias.

Quando começou o mês tinha noção de que seria desafiante e imaginei os piores cenários. Trabalhar até às 23h, acordar cedo ao fim-de-semana para cumprir. E nada disso aconteceu. Consegui superar esses desafios com menso cansaço do que o esperado.

Talvez tenha tido algum Síndrome de Impostor. Não confiei nas minhas capacidades de foco. Subestimei a minha motivação para fazer cada uma das coisas. E esqueci-me do grande apoio familiar que tenho à minha volta que foi determinante para o sucesso. E o descanso? Aprendi que esse é mesmo importante.

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O que aprendi é que não quero repetir este mês de abril

Apesar de ter conseguido fazer tudo, não vou repetir a fançanha. Porquê? Porque percebi claramente quais são as minhas prioridades.

É muito importante definir objetivos e saber dizer que não. Estar ocupado não quer dizer que estás a ser produtivo. Por mais coisas que tenha para fazer, será que cada uma delas está alinhada com os meus valores e objetivos? Algumas sim, outras nem tanto.

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Assim, para o próximo mês, sei melhor. Sei dizer que não. Que quero privilegiar momentos de descanso, pois sou mais produtiva.

Vou deixar de trabalhar? Certamente que não. Sou uma pessoa demaisado criativa para estar quieta, mas não vou andar stressada por não estar a fazer “nada”. Aliás, é difícil não estar a fazer nada. Por isos, vou estar sempre a fazer algo.

É esta a maior aprendizagem que tive. Fazer muitas coisas, desde que estejam de acordo com o que quero.

Há experiências que gostaria de ter, mas podem ser adiadas. Há “a new shining thing” que não é tão brilhante assim. Não tenho de estar sempre a estudar, se não estou a estudar algo que traga proveito.

O terrível mês de abril correu bem e cansou-me ao mesmo tempo. E trouxe-me mais claridade, sobre o que quero fazer e o que não quero fazer. Por isso, já valeu a pena passar por uma experiência de ter muita coisa, para saber que isso não é sinal de sucesso.