Em situações de desconforto, sabe o que fazer quando não gostas do teu trabalho.
Para escolhermos um trabalho, podemos escolher várias vertentes: ou nos identificamos com a empresa e podemos até desenvolver várias funções; ou gostamos mais da função e podemos desenvolvê-la em qualquer empresa.
Este primeiro ponto a ser definido ajuda muito a definir a direção de uma carreira.
Quando se trata de decidir o próximo passo, estas podem ser uma das variáveis a considerar. Esta distinção ajuda-nos muito a perceber se estamos a caminhar bem na direcção da nossa carreira.
Perceber entre o que é a nossa função e o papel que temos numa empresa é relevante. Somos seres sociais e somos influenciados pelo nosso meio todos os dias, as pessoas com quem convivemos e os interesses que perseguimos. No mundo empresarial, ainda mais. Somos influenciados pelas visões de chefes, por formas de trabalhar de colegas e formações que vamos fazendo ao longo da carreira.
Assim, quando queremos tomar uma nova decisão, temos de primeiro perceber: não estou a gostar do meu trabalho porque? É incompatibilidade com a função ou com a empresa?
Caso 1: se não gostas do trabalho e gostas da empresa
Pode acontecer que já não te reconheces na função que tens. Ou que queres experimentar novas áreas e complementar competências. Ou porque foste contratado para uma função, mas afinal querias outra.
Se queres mudar de emprego, mas até gostas da empresa onde estás, pode procurar noutros sítios, mas procura também a possibilidade de mudar internamente.
Está atento ao departamento de Recursos Humanos: percebe que tipo de vagas existem noutros departamentos, que tipo de funções podes ter e que competências precisas de desenvolver. Esta transição pode-te ajudar a ter um novo desafio, a crescer profissionalmente e a sentires-te mais reconhecido no teu papel, sem teres de mudar de empresa. Além disso, o facto de já conheceres o negócio pode dar-te vantagem sobre outros possíveis candidatos.
Caso 2: se gostas do trabalho, mas não gostas da empresa
Este pode ser o caso que mais pessoas vivem nas suas carreiras. Acharam que a empresa era boa, mas «venderam-lhe» outra coisa do que é na realidade. Estava a correr bem, mas a mudança de chefia não te deixou satisfeito. Apercebeste-te que os teus valores são incompatíveis com a nossa estratégia da empresa.
Nestes casos, caso tenhas essa abertura, fala sobre o assunto com as tuas chefias mais próximos.
Fala sobre as incompatibilidades que sentes. Dar feedback à chefia directa é uma maneira de seres ouvido e saber até que ponto alguns detalhes que te chateiam podem mudar. Não é por mal e por vezes a falta de compreensão do trabalho do outro pode criar falhas de comunicação. Uma breve conversa e um plano de ação podem melhorar o teu trabalho.
Contudo, se percebes que é uma situação irremediável, o melhor plano é procurar uma empresa que está mais alinhada com os teus valores.
Caso 3: E quando gostas do trabalho e da empresa, mas não suportas o teu chefe?
Este é um ponto também interessante de fazer uma auto análise. Isto porque acredito que as pessoas e certamente as mais talentosas, não deixam empresas mas sim chefias.
Um colaborador com talento com uma chefia insuficiente pode tornar a experiência profissional desastrosa e frustrante e isso pode levar ao fim de um projeto profissional que no início parecia ser prometedor.
Já abordei alguns temas de liderança, em que a liderança não é um posto que conquistamos. É um processo em que devemos estar atentos à nossa equipa, receber feedback para melhorar e crescer todos os dias.
Existem alguns comportamentos de um chefe que pode estragar a relação com uma promissora equipa. Não podemos só olhar para os colaboradores e o quão bons profissionais são. O trabalho em equipa e as relações profissionais influenciam também o sucesso de um projecto.
Se estiveres a viver esta situação, tenta também ver o lado do teu chefe, por forma a criar empatia. Será que não tem as competências suficientes? É humilde a comunicar contigo? Ele ou ela tem noção de alguma discórdia que tem contigo?
Pode haver espaço de melhoria, com algumas conversas em grupo de como podem melhorar enquanto equipa. Como sempre, alguma conversa pode ajudar cada pessoa a ver como o outro se sente e a ajustar os seus comportamentos e formas de trabalhar para um melhor sucesso.
Se realmente o projeto com aquela chefia também não resultar para ti, pode seguir o primeiro caso e perceber como podes integrar outro projeto, por forma a não prejudicares a tua carreira.
Esta experiência menos boa pode ser um critério de que tipo de líder e que tipos de projetos consegues trabalhar melhor.
Quando decides alguma coisa sobre a tua carreira, pensa em vários pontos.
Os vários factores que influenciam o teu descontentamento não estão isolados. Será que não gostas mesmo da empresa ou é só do chefe? Será que deixaste de te dar bem com o chefe pelos seus comportamentos ou pelo stress do projeto em que te inseres? A tua satisfação profissional pode estar a ser influenciada por algum evento da tua vida pessoal?
Considera estas variáveis, analisa a tua situação e toma uma decisão ponderada para que tenhas sucesso no teu próximo passo profissional.