Um mês depois da viagem, aqui está o meu post com dicas sobre Londres.
Este é o primeiro post sobre viagens e não sei por onde começar.
Aviso já que não fui aos stítios in, que não tenho fotos de cafés bonitos e não tirei fotos a muita coisa que poderia ter tirado. Será apenas um post sobre a minha viagem, os sítios que visitei e as dicas que poderei dar.
Contexto
Londres era a minha cidade de sonho dentro de uma viagem de sonho. Desde os 15 anos que queria visitar a capital britânica. Em adolescente criei uma relação platónica pela cidade. Porque adoro a língua inglesa, porque as minhas bandas preferidas são de lá, porque conheço alguns programas de televisão. Londres era a cidade no topo da lista, tanto que queria estudar e trabalhar lá um dia.
Londres seria a minha viagem de sonho e quis sempre tirar duas semanas para ir lá. Uma semana para visitar a cidade na sua totalidade e os restantes dias para visitar outras cidades.
Durante dez anos, não meti lá os pés, apesar de nesse período ter visitado alguns países e ter tido férias.
No entanto, os planos eram sempre outros e o sonho foi-se arrastando. Até que este ano deixei-me de merdas e decidi ser prática. Com a possibilidade de tirarmos uns dias de férias, eu e o meu namorado decidimos escolher um sítio para sair fora do país. Havia outros destinos em cima da mesa até que eu disse “Londres”.
Nenhum de nós tinha ido e estavamos curiosos. Mas será que em quatro dias íamos aproveitar tudo? Claro que não, mas pelo menos íamos lá e eu queria muito ir.
A viagem ficou marcada para setembro e mal podia esperar por ela.
Tower Bridge
A viagem
Para viajar, escolhemos a companhia low-cost Easyjet, pois eu estava com receio que a Ryanair tivesse problemas de greve nesse dia. Foi também a primeira vez que viajei em low-cost, pois noutras viagens, a TAP tinha sempre vôos directos a bom preço.
Na Easyjet, não pagámos a taxa da mala do porão, pois ambas as malas tinham as medidas certas para ir na cabine. Também não pagamos os lugares para ficarmos juntos, apesar de termos ficado meio preocupados de irmos separados na viagem. Contudo, conseguimos ficar com lugares juntos pois fizemos o check-in um mês antes, na plataforma da Easyjet. Assim, valeu muito a pena.
O pior foi mesmo a passagem pelo Terminal 2 do Aeroporto de Lisboa. Foi o que mais me deixou stressada.
Demorámos 40 minutos a passar pelo controlo das malas e o controlo do passaporte (e claro que o vôo saiu atrasado). Havia muita gente no período da manhã e havia menos filas operacionais. Isto tudo com bagagem de mão, pois não íamos pôr nada de bagageira. Como o vôo estava atrasado e cheio, acabaram por pôr a nossa mala no porão, pelo que não pagamos nada extra por isso.
Aquilo que me fez mais confusão foi possivelmente não podermos levar uma mala de mão tipo de senhora. As regras indicam que só podemos levar o trolley mas não senti que fossem muito rígidos com isso.
Já na viagem de volta a casa, foi tudo muito tranquilo. Tivemos muito pouco tempo para comer, mas lá chegamos a tempo. O avião ia muito mais vazio que o primeiro, portanto até levamos as malas aos pés. No vôo de volta, «escondi» a mala por baixo de um enorme jornal que levei e portanto foi uma viagem mais rápida, tranquila e feliz.
Organização da viagem
Antes de partirmos fizemos uma lista de locais que queríamos visitar. Devo dizer que conseguimos ver metade dos locais propostos e outros simplesmente deixamos para outra oportunidade.
De facto, era a primeira vez que íamos e portanto queríamos visitar os sítios clássicos e estavamos com a pica toda de visitar tudo. No entanto, as horas foram passando e notei que não queria estar numa corrida louca para marcar o ponto de todos os spots.
Queria aproveitar a atmosfera da cidade, queria ficar nos vários locais, queria andar muito e explorar muito.
Ao chegarmos a primeira vez a uma cidade, não sabemos muito bem o mapa da mesma e se as coisas são perto uma das outras. Conseguimos um mapa no primeiro dia na estação de comboio de Victoria, zona onde ficamos hospedados. Assim, com ajuda, dividimos a cidade em várias secções, dividimos o dia em manhã / tarde / noite e traçamos o plano de visitar o quê a que altura.
Hyde Park
Esta foi a nossa divisão:
Zona A: St. Paul’s Cathedral, Tower Bridge, The Shard, the Shakespeare’s Globe, Thames River.
Zona B: Westminster, Big Ben, London Eye, Waterloo.
Zona C: Piccadilly Circus, Leicester Square, Trafalgar Square, China Town, Convent Garden.
Zona D: Madame Tussauds, Wembley Stadium, Baker Street, Regent’s Park.
Zona E: Portobello Market, Notting Hill, Hyde Park.
Zona F: Hyde Park, Kensington Palace, Science Museum, Natural History Museum, Victoria and Albert Museum, Harrods.
Posso-vos já dizer que não fomos a Notting Hill, ficou para a próxima e que não entramos em todos os museus, porque queríamos estar mais na rua.
Deixo-vos também a dica de deixar algumas atracções para a noite, pois nem tudo tem de ser visto de dia. Gostei muito mais de ver a zona C à noite. Chinatown tem muito mais vida com as luzes e Piccadilly é como o nosso Cais e Bairro Alto juntos, com muitas pessoas e música na rua.
Os transportes
Os transportes em Londres funcionam muito bem, mas mesmo muito bem. O metro tem muitas linhas que nos deixam em qualquer lado e usar o autocarro pode não ser tempo perdido, fora das horas de ponta. Não vi nenhum acidente na estrada. Mas confesso que não usei muito o metro porque andamos muito a pé – mas se fosse hoje teria usado mais vezes o metro para poupar tempo nas viagens a pé.
Contudo é preciso ter em atenção ao passe que se compra
As viagens de metro ficam quase a 5 libras, pelo que compensa usar o passe, apesar de poder chegar às 20 libras por pessoa. Uma forma de poupar dinheiro é usar um cartão de débito contactless que é lido nas máquinas do metro, pois assim casa viagem pode custar menos.
Existe o passe Oyster que é usado pelas pessoas que andam pela cidade. O melhor mesmo é recorrer a um posto de informação a turistas e perguntar como funciona o passe e os preços. Nós acabamos por gastar mais dinheiro do que o suposto, algo que não irá acontecer da próxima vez.
Autocarro em Londres
O passe dos autocarros por um dia custava 10 libras e considerando as várias carreiras e o tempo de viagem, pode ser algo úil.
Para me guiar pela cidade usei o Citymapper, uma app recomendada por um grande amigo que está a viver em Londres. A app ajuda-nos a chegar a qualquer lado, mostra-nos quais os transportes disponíveis para o sítio onde queremos ir e os tempos de espera. Foi a nossa grande ajuda pela cidade e chegavamos a qualquer lado nos tempos decorridos.
Comida
Sempre que viajo mando a piada de que tenho de saber onde está o McDonalds mais próximo, como se se tratasse de um posto de socorro ou esquadra da polícia. É bom podermos comer a gastronomia local, mas já sabia que os ingleses comem pessimamente e que as coisas em Londres são caras. Por isso, já estávamos mentalizados de que íamos comer fast food a viagem toda.
A verdade é que comemos bem e não fomos ao McDonalds uma única vez.
Quando chegamos ao aeroporto de Luton, fomos ao Burguer King porque estavamos a morrer de fome.
Nesse mesmo dia, jantámos no rodízio de pizzas do Gordon Ramsay por 18 libras cada. Nos dias seguintes, comemos na Pizza Hut em Piccadilly Circus e noutro dia num acolhedor pub com um bom fish and chips. Tomamos sempre o pequeno-almoço no Costa Coffee, uma cadeia britânica a imitar o Starbucks. Não existe em Lisboa mas há uma no Porto ao lado da Torre dos Clérigos.
Foi ao pequeno-almoço que aconteceu um episódio engraçado.
Ao pequeno-almoço, pedimos um pastel de nata (Creamy Custard, como eles diziam) e o meu namorado pegou na canela para por no pastel, ao que empregado olha e responde “is that a new trend? Never seen anyone do that“. Rimo-nos e tivemos de lhe explicar que éramos portugueses e que em casa comia-se pastel de nata com canela. Foi engraçado perceber que vendiam um produto que possivelmente não era muito vendido e nem sabia como comê-lo. Nós comemos aquele pastel de nata e uma torrada todos os dias, portanto não senti que tenha comido mal em Londres.
Mas a melhor refeição que fizemos foi no Nando’s, a cadeia fast food de frango.
Para quem vive em Londres, pode já estar farto do Nando’s, pois há um em cada zona principal da cidade. E é só frango, mas nós adorámos.
Pagámos 30 libras e pedimos coxinhas de frango e peito de frango, com direito a acompanhamentos de batatas fritas e puré. Podíamos usufruir de todos os molhos disponíveis e pagamos à parte duas bebidas. Foi o melhor frango que alguma vez já comemos e apenas ficamos triste por perceber que não há nenhum em Portugal. Nem há um em Espanha ou em França. Só de escrever este parágrafo já estou a salivar e a chorar por dentro por não saber qual é a próxima vez que vou comer no Nando’s…só se for a Dublin, talvez seja essa a nossa próxima viagem.
PS – o símbolo deles é um galo de Barcelos mas no restaurante ou no menú não explicam essa referência.
Atracções
Para as atracções, decidimos comprar o passe London Explorer Pass para acedermos a três atracções. Existe também o London Pass, que lista mais de 80 atracções a visitar na cidade.
Fomos aos clássicos Madame Tussaud’s e London Eye e deixamos para outra altura o estádio de Wembley, palco de grandes conceetos e jogos de futebol da Premier League.
Os museus também ficaram fora da lista, apesar do Victoria and Albert Museum ser gratuito e termos entrado para mirar os espaços.
Aquilo que mais me intrigou, ou me deixou chateada, é toda a máquina de turismo que está montada em Londres e possivelmente noutras capitais europeias.
No Madame Tussauds, por exemplo, a exposição era como estar no IKEA: só havia um caminho, um corredor e em cada sala havia um sítio para comer gelados, pipocas, algodão doce. À saida, temos de passar por um pequeno roadshow a contar a história de Londres, em que nos tiram uma foto e depois podemos comprá-la (compramos as três por 20 libras, ficou a lembrança). Mas mesmo à saída, ainda tens de levar com a exposição da Marvel e outro cinema 4D qualquer. Tivemos de perguntar a uma funcionária onde era a saída para pular a exposição porque já estávamos um pouco cansados daquilo tudo.
Os meus favoritos
Não falei muito do que gostei mais porque queria deixar para esta parte.
O meu preferido foi o frango do Nando’s, a imensidão do Hyde Park e o The Shard. Este último é um prédio de escritórios com mais de 60 andares perto da Tower Bridge.
Ao subir ao topo, temos uma sala em que podemos ver os vários pontos principais de Londres. Pagamos bem a entrada – foram 58 libras duas pessoas – mas foi aquilo que mais gostei
Imaginem um rooftop fechado e largo onde podes estar o tempo que quiseres e ver Londres de toda a parte. Dava para ver toda a cidade com calma, deitar no chão e até beber um copo se quisessemos. Todas as fotografias que tenho no telemóvel fazem-me lembrar que estive lá, mas nada se compara à experiência de estar realmente lá.
Fomos ao The Shard mal chegámos e por isso o resto da viagem foi a visitar os outros spots da lista, mas a saber que o melhor já tinha sido visto.
Aquilo que também guardo de Londres é as pessoas na rua e nos pubs a conversar à beira rio. Ter visto a energia da cidade é uma das melhores coisas que podemos fazer como turistas. Aliás, é isso mesmo que quero fazer quando visito novos lugares: poder perceber como é que uma pessoa vive naquela cidade e que rotinas pode ter. Entrar nos cafés normais, entrar no supermercado, visitar as estações de comboios dá-nos uma outra visão da realidade.