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Escrever online é para todos: começa já hoje

mulher a escrever online a trabalhar no blog

Escrever um livro é o mesmo que escrever online? Não. Para o teu blog ou redes sociais, segue estas dicas para escrever melhor.

No outro dia, estava a ver programas na televisão e deparei-me com uma aula de Português do Estudo em Casa, da teleescola.

O exercício era para interpretar um texto e identificar adjetivos. Contudo, foi o texto que me fez pensar muito sobre a forma como escrevemos.

Este era o exemplo:

“À medida que as aplicações se vão tornando mais sofisticadas e a tecnologia mais aperfeiçoada, não só se estão a esbater as linhas entre fantasia e realidade, como se está a encorajar uma cultura perturbadora de homogeneidade”, defende Rankin. “As selfies são menos sobre ‘quem realmente és’ e mais sobre ‘com que celebridade te queres parecer’. É o exato oposto daquilo que os autorretratos deveriam ser”, acrescenta.
A edição de imagem não é anda de novo. Simplesmente agora está acessível a qualquer pessoa com um telemóvel. […] Algumas destas aplicações […] são grátis, fáceis de usar e, aponta o fotógrafo, funcionam “como uma espécie de jogo”.

O meu primeiro comentário foi: “não admira que não saibamos escrever”. Fiz o comentário sem pensar e apenas vendo uma realidade. O programa Estudo em Casa é uma mais valia para as escolas e quem estuda em casa, por isso também não estou a criticar o programa.

Mas fiquei confusa. A escrita parecia-me demasiado avançada para alunos do 7º ao 9º ano. Havia palavras a mais. Tratava-se de uma citação, é certo, mas ao utilizar estes exemplos afasta as pessoas da leitura e a escrita. E, à boa moda portuguesa, as frases são longas que torna difícil perceber onde está o sujeito ou o predicado.

Ler mais: Que curso tiras quando queres aprender a «escrever»?

Pensei então que existem várias formas de escrever, não apenas o que está nos manuais

Foi a olhar para esta experiência que vi que existem diversas formas de escrever. E que, infelizmente, na escola, aprendemos apenas uma maneira.

Sabemos construir frases e lemos obras de autores famosos. Contudo, aprendemos mais sobre o seu estilo do que o seu significado. Tal pode não ajudar as crianças a entender que escrever bem é escrever simples.

Quando se trata de escrever, queremos comunicar com o outro. Por isso, tem de ser claro, curto, conciso. Devemos escrever para o outro, e não para nós. Mas muita vezes esta mensagem não passa.

Existem várias formas de escrever: livros, ensaios, estudos, teses de mestrado. No entanto, acho que há uma boa forma de escrever que trata de ser simples e eficaz: escrever online.

Escrever online é a melhor escrita para aprender?

Sim e não. É uma excelente forma de escrever para te ajudar a colocares o outro no centro e também praticas uma escrita fácil e simples. Contudo, precisas de entender como é a que a língua funciona e aprender alguns estilos, como metáforas, storytelling, que tornam a tua escrita mais rica.

O que deves saber primeiro é para quem estás a escrever.

Numa tese de mestrado, tens um público – um júri – que é conhecedor de termos técnicos e vai aprofundar o teu pensamento científico. Já num caso de estudo, o teu público é um leitor que quer aprender sobre determinada experiência. E para quem está a ler este blog, quer informação fácil de entender e de aplicar no dia-a-dia.

Assim, a tua melhor escrita está de acordo com a mensagem e o teu público-alvo.

No entanto, acho que escrever online tem uma grande vantagem: pode ajudar milhares de pessoas a perceberem que também elas podem ser escritoras.

Sim, tu também podes escrever online

A Internet, os websites e os blogs democratizaram muito a escrita. É certo que já havia livros, revistas lifestyle, revistas técnicas, jornais. Os blogs e os portais de informação permitiram que qualquer pessoa pudesse escrever as suas opiniões, criar uma comunidade.

No fundo, escrever online é acrescentar valor a alguém. Quer seja partilhar a tua opinião sobre carros, a tua última viagem ou a tua receita de bolos, partilhar conhecimento é uma das principais vantagens da Internet. Podes ligar-te a alguém com os mesmos interesses que tu, aprender com ela e ter muitos benefícios.

Ler mais: Começar a escrever como freelancer: 8 coisas a saber

Escrever online passou a ser um trabalho para muitos jornalistas desgostosos com a área ou pessoas que sempre queria viver da escrita, mas não queria publicar livros.

Por isso, escrever online é diferente de “escrever”. É uma escrita muito mais eficaz e humana. É escrever para um utilizador que tem uma necessidade. É ter mensagem o mais simples possível e igualmente encantadora para que dê prazer a quem escreve e a quem lê.

Mas escrever online é escrever para o Google?

Existem alguma confusão de que muitas pessoas escrevem aquilo que o Google ou as redes sociais querem. É verdade que estas são plataformas que vivem do teu conteúdo.

Existe alguém que procura algo e quer encontrar informação sobre o tema. O teu blog pode ser a resposta. Por isso, se o algoritmo encontrar o teu blog, ganhas um leitor e a pessoa resolve o seu problema

Assim deves sempre escrever para o utilizador e não para o algoritmo. Estes são cada vez mais sofisticados e sabem se estás a escrever para alguém real ou simplesmente a usar técnicas para chegar ao primeiro lugar da pesquisa.

A receita é esta: escreve aquilo que o teu utilizador procura e otimiza a escrita para que chegue a mais pessoas. O valor do teu conteúdo está lá, apenas colocas de uma forma que seja encontrado.

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Dicas para escrever online

Escrever online tem um único objetivo: passar uma mensagem clara ao utilizador. Quer seja informar, educar ou entreter, estás a comunicar com o outro.

Para melhorares as tuas competências de escrita, cria um desafio de criares um blog pessoal, escolhe os temas e aplica estas dicas.

1 – Formato curto

Podes podes criar conteúdos de longo formato, acima de 1200 palavras, mas em geral consegues ajudar o utilizador com conteúdos de 500 a 700 palavras.

Segue uma linguagem clara e simples. Utiliza palavras técnicas apenas se o teu público-alvo está familiarizada com elas.

Ler mais: Escrever para clientes: 5 coisas a ter em consideração

2 – Subtítulos

Ao contrário de livros, escrever online é usar subtítulos. Estes permitem uma leitura mais simples e orientam o leitor para os vários assuntos.

Se colocas um parágrafo de 10 linhas, quem está a ler no telemóvel desiste de ler o teu artigo, porque não é simples.

Olha para textos escritos noutros portais. Os parágrafos devem ser curtos, de 3-4 linhas. Assim quer estejas a ler no smartphone ou no computador, não ficas desesperado por ver imenso texto. Cinge-te a uma ideia por parágrafo.

3 – Utilizar listas

Quantos títulos já viste que são “3 dicas para “, “5 conselhos, “10 erros a não cometer”? As pessoas gostam de ter conteúdos numerados, porque já sabes que vais receber aquela informação.

Coloca os teus artigos em formato lista ou utiliza listas dentro do teu artigo. Estás a estruturar a informação importante.

Coloca também bolds. Estes servem para a pessoa ler o artigo na diagonal e obter a informação mais relevante. Não utilizes sempre em toda a informação. Escolhe sublinhar as ideias importantes ao longo do artigo.

Ler mais: Como escrever um artigo para blog em 10 passos

Estas dicas geralmente não aparecem em livros ou teses de mestrado. Assim, escrever online tem um objetivo: simplificar a informação para o utilizador poder ler rápido e absorver a informação necessária. Se queres aprender a escrever melhor, aprende a escrever online e certamente vais melhorar muito a tua comunicação.

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