content writers a escrever com uma chavena de cafe ao lado
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7 Dicas para Content Writers poderem ter mais clientes

Trabalho há mais de 2 anos a gerir freelancers content writers para um portal com centenas de artigos. Estas são algumas dicas para content writers divulgarem o seu trabalho.

Trabalho com um portal cheio, dinâmico e com movimento todos os dias. As coisas novas não param de aparecer e por isso surge muito conteúdo a produzir. Por outro lado, esta quantidade trouxe-nos também uma maturação enorme. Experimentamos fazer conteúdo há mais de 4 anos, já testámos várias fórmulas e sabemos aquilo que o leitor (e o nosso querido amigo Google) procura: informação útil, rica, de fontes fidedignas.

Assim, trabalho com uma equipa de conteúdo que em conjunto reviu mais de 50 candidaturas de autores para colaborar connosco e editámos mais de 700 artigos. Como equipa, tanto escrevemos como editamos, pelo que já ganhámos um “olho clínico”, competências de análise e técnicas de escrita fruto da experiência.

O que posso partilhar?

Por estar dentro desta equipa, que posso partilhar a minha experiência e que o feedback possa ser útil a um content writer. Não com o intuito de apontar o dedo, mas sim para partilhar os bons exemplos e o que se pode fazer para captar mais atenção de empresas interessadas.

Como funcionam as empresas com freelancers? O que elas procuram? Porque é que os meus textos não são aprovados? Como posso escrever melhor e vender mais serviços a clientes? Quer sejam freelancers ou até para quem trabalha em departamentos de comunicação e queira melhorar a sua escrita, este artigo pode-te ajudar.

1 – Ter um blog

Este não pode deixar de ser o meu primeiro conselho, porque já bato nesta tecla há anos.

Sim, começar e manter um blog dá muito trabalho, mas para um content writer, é uma oportunidade incrível de produzir resultados no futuro!

Tenho um blog há mais de 4 anos e utilizo-o para escrever os temas de que gosto e para treinar a escrita de conteúdos, com links, imagens e boas técnicas de SEO. O blog serve como espaço criativo e como portefólio, caso alguém queira ajuda para criar um blog ou algum amigo queira que escreva ou reveja textos para si. Além disso, é um verdadeiro recreio de experiências.

Nos meses de março, abril e maio, fiz todo o tipo de “asneiras” no meu blog: alterei e apaguei textos, reescrevi artigos para estarem otimizados para SEO, mudei de template umas cinco vezes e criei um problema com mais de 300 links offline. Já resolvi estes temas e pode ter custado algumas visitas, mas a verdade é que aprendi e estou em contacto com a escrita de conteúdos todas as semanas. Pesquiso temas e keywords, construo mais link building e isso ajuda-me a estar constantemente a melhorar.

Se cada content writer criar um blog com 3 categorias e escrever muito sobre um tema, são muitas sementes que são plantadas hoje e que vão trazer resultados no futuro. Começar por aqui não é começar do zero, é começar com alguma coisa para mostrar.

2 – Escolher uma especialidade

A posição de escritor de conteúdo pode ser ingrata, porque há duas mentiras que nos contam: que todos sabemos escrever e que quem escreve bem sabe escrever sobre tudo. Pois, nem toda a gente sabe escrever, muito menos sobre tudo.

Como content writer, aconselho a escolher algumas áreas de interesse. Podes querer ser especialista para entrar num sector do mercado, para valorizar os teus conhecimentos. A ideia não tem de ser essa. Ser especialista em algumas áreas pode ser escolher trabalhar artigos com temas como contabilidade e fiscalidade; marketing e comunicação; escrita de conteúdos; seguradoras; comida vegetariana; medicinas alternativas; entre outros. A curva de aprendizagem é mais curta, o conhecimento adquirido traduz-se em mais artigos.

E se não tens nenhuma especialidade? Parabéns, és um content writer generalista! Escreves para a maioria das empresas e consegues tocar em vários temas com pouco desenvolvimento sobre os mesmos. Neste caso, tens de te manter informado, pesquisar muito bem os temas e ter uma escrita simples, directa e eficaz.

3 – Conhecer bem as fontes

Relacionadas com as áreas de interesse, é importantíssimo um content writer ter consigo fontes de informação oficiais que utiliza recorrentemente.

Quem escreve sobre o sector automóvel, vai ter de conhecer as referências do sector, as entidades oficiais que podem partilhar novas leis e também alguns assuntos relacionados (como seguros para automóvel). Quem trabalha no sector do comércio e exportação, deve consultar revistas especialistas do sector, saber o TOP 10 de maiores empresas e seguir os seus passos. Estas fontes dão credibilidade à informação escrita e ajudam os escritores de conteúdos a terem conhecimento. Não esquecer que os media são também importantes. Estar a par das notícias ajuda-nos a perceber quais os temas da atualidade, o que permite sugerir bons artigos que os leitores de determinadas empresas vão ter interesse.

Outra dica é explorar outros artigos para saber de onde retiram as suas fontes. Assim, terás mais ideias para os teus artigos como content writer.

computador de content writers com oculos e revista aberta

4 – Melhorar o teu pitch

O meu background em vendas deu-me muito músculo para apresentações e negociações. Assim, acredito que qualquer content writer (e principalmente se for freelancer) tem mesmo de trabalhar o seu pitch. Já alguns gurus do marketing digital dizem: tens de passar pouco tempo a produzir conteúdo e muito mais tempo a promovê-lo. Ou seja, se já tens o teu portefólio, agora é ir para o mercado encontrar clientes.

O mundo é chato, vais encontrar idiotas e vai haver muitos “nãos”. O melhor que podes fazer é trabalhar o teu pitch para semeares contactos e recolheres boas oportunidades no futuro.

Acreditando que a maioria dos teus pitchs vão ser por e-mail, escreve alguns pontos:

  • Qual a tua experiência?
  • Com que marcas já trabalhaste?
  • Exemplos de artigos que se assemelham àqueles que o cliente pode querer?
  • Qual a tua disponibilidade para escrever?
  • Qual é o teu skillset? (dominas o storytelling ou adoras pesquisar pela melhor keyword? Queres escrever artigos úteis na área de fiscalidade ou sabes ler decretos-lei e torná-los mais simples? Elabora sobre este ponto).
  • O que é que o cliente tem a ganhar? (e não o que tu tens a ganhar)

Sou um pouco mais exigente quando se trata de comunicação, porque passei anos a escrever e-mails para clientes e ganhei a competência de escrever e-mails o mais limpos, diretos e eficazes possível. Sim, é preciso escrever, ler, rever, editar antes de enviar um e-mail, ainda mais um e-mail de pitch.

Por isso, relê para evitar repetições ou contradições. Por exemplo alguém dizer “aqui vai a minha apresentação em poucas palavras” e escreve 20 linhas a seguir a explicar todo o seu percurso. As poucas palavras e as 20 linhas certamente não combinam. Varia o teu pitch consoante a empresa e assim também vais testando para perceber qual a melhor abordagem.

5 – Trabalhar a relação com as empresas

Trabalhei em B2B e por isso sei lidar com timings de empresas, que podem demorar semanas a aprovar uma proposta ou outras que decidem tudo em 48 horas e já nos estão a pedir o produto. O mesmo ocorre para uma agência de comunicação ou um departamento de marketing.

Ao lidar com as empresas, há que perceber que “o cliente” não é apenas um lado: para o freelancer, o cliente é a empresa, mas a empresa também precisa do freelancer e por isso a empresa tem de também ter ferramentas para gerir um freelancer. Os dois lados têm de saber gerir expectativas, passar briefings, fazer questões, estabelecer prazos, dar feedback.

Contudo, por vezes o feedback falha às empresas, porque “somos entidades” colectivas e não existe uma pessoa que apenas trabalha para responder a pedidos externos. As reuniões, as formações e os assuntos urgentes por vezes atrapalham a semana de trabalho e por isso é é recorrente as empresas demorarem a responder.

Uma dica é esperar 72h por um contacto. Ou seja, ao enviar um e-mail na segunda-feira, reforçar o contacto na quinta-feira, para se obter uma resposta. Se se mandar e-mails todos os dias, pode ser um efeito adverso de mostrar desespero ou cansar o outro lado. Empatizar com o funcionamento do outro lado pode ser a chave para boas relações comerciais hoje e no futuro.

6 – Adaptar-se à linguagem do cliente

A maioria dos trabalhos pedidos podem ser de ghost writing. E mesmo quando assinamos o nosso nome, temos de ver o que é que o cliente pede.

Se for um portal de conteúdos que tem vários autores e funciona como um espaço de informação informal, então o autor pode e deve utilizar a sua expressão escrita como bem entender. Já um cliente que quer um conteúdo, é preciso adaptar-se à linguagem e missão da sua marca.

No fundo, o artigo produzido pode ser utilizado para o portefólio, mas não é momento de expor a nossa competência técnica e criativa. É o momento de criar um conteúdo que cumpra os objetivos e que esteja de acordo com os valores do cliente. Acho que é preciso perceber-se que um content writer está a fazer um serviço para o cliente, para uma campanha de um nome que não é seu e para o qual está a trabalhar. A ideia é promover a marca e os seus valores, não expressar a nossa escrita.

Contudo, isto não significa que tens de perder a tua forma de escrever! Bem pelo contrário. Os bons autores com quem trabalho produzem textos de acordo com a linguagem do cliente e deixam o seu toque. Consigo perceber claramente que o autor escreveu um artigo sem olhar para o nome, pois apesar de estar escrito como se fosse um content writer da empresa, há certas marcas que o tornam único sem deixar de ser profissional e estar de acordo com o pretendido.

Encontra a tua voz enquanto escreves para uma marca. A tua skill desenvolve-se muito mais rapidamente.

7 – No final, o leitor é quem manda

No final desta conversa toda, o content writer tem de saber que todo o trabalho que faz é para o leitor.

O que gostávamos de ver na internet? Textos bem escritos, claros, diretos aos assuntos. Artigos que esclareçam as nossas dúvidas e nos ajudem a pensar sobre os temas. Blogs que tenham informação credível, bem escrita, com referência a fonte fidedignas e que tenham um princípio, um benefício, um desenvolvimento e uma conclusão.

Se nos esquecermos que estamos a trabalhar para o leitor, então apenas estamos a escrever para nós. E, desculpem a dureza, um texto escrito para nós não é comprado.

Se é um texto bom e útil para nós, mantenham-no privado. Se é um texto que não vai ao encontro do que o cliente pediu, coloquem no vosso blog (se o tema se enquadrar). Se é um artigo trabalhado, pensado e feito para o cliente que quer comunicar para um leitor, então continua a fazer o teu trabalho.

As dificuldades de um escritor de conteúdo

Não sou freelancer e percebo algumas das dificuldades que se passam, nomeadamente o pagamento de valores ridiculamente baixos e até mesmo a falta de pagamento depois de um trabalho entregue.

Fruto da minha experiência, o que posso ajudar é que façam bons pitches a empresas com blogs. Mostrem o vosso trabalho, como ajudaram as outras empresas a crescer, qual é o vosso skill-set e como é a vossa forma de trabalhar a cada comunicação que fazem com as empresas.

Para quem não tem ideias das suas áreas de especialidade, veja quais são os tema de que mais gosta ou que tem interesse. E comece a criar conteúdos no blog a partir daí.

No primeiro ano de blog, lia muito o Business Insider então traduzia artigos. Este artigo sobre o Warren Buffet é uma introdução, com fonte. Não foi para um cliente e não poderia ser paga por conteúdo não original, mas foi um começo para perceber que tipo de temas e conceitos poderia abordar. Ajudou também a ter informação muito relevante e a saber como pesquisar e trabalhar informação.

Assim, o feedback que posso partilhar para ajudar escritores de conteúdos ou freelancers é a produzir conteúdo. Não importa como ou quando, o que acho ser relevante é continuar ativo, aprofundar conhecimentos nas áreas de interesse, praticar a escrita e estar em contacto com o mercado para ter vários clientes. Passo a passo, quantas mais sementes plantares enquanto trabalhas a tua escrita de conteúdos, mais resultados terás no futuro.