relogio sobre o livro quando tempo
Livros

Book Review: Quando

Mais um fantástico volume de Daniel Pink, este livro dá-te estratégias de conseguir navegar o passado, o presente e o futuro.

Ficha técnica

Título: Quando – os segredos cientificamente comprovados do timing perfeito

Autor: Daniel H. Pink

Ano: 2018

Editora: Gestão Plus

Resumo

Daniel Pink já me tinha conquistado com a sua Ted Talk e com o seu livro “Vender é Humano”. Por isso, quando agarrei este livro “Quando”, sabia o que esperar: uma tese provocadora e criativa, um livro baseado em estudos científicos e uma visão descomplexada de como chegar aos nossos objetivos. E não desiludiu.

Neste livro Quando, Pink mostra-nos que mais do que aquilo que fazemos é quando o fazemos que tem um impacto relevante na nossa vida. Aliás ele diz esse mesmo: o timing não é tudo, tudo é que é timing.

E tal deixa-me a pensar: quantos acontecimentos na minha vida correram bem porque houve um excelente timing? E quantos é que foram um puro acaso de minutos antes algo aconteceu e alterou os conhecimentos?

A ideia é relevante e por isso Pink mune-se estudos científicos para mostrar a importância do tempo nas nossas vidas.

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Porque é relevante este livro?

Ao ler-se o mesmo, pode-se pensar que Pink vai falar da velha ideias das corujas e das cotovias.

Há pessoas que trabalham melhor de manhã, gostam de acordar cedo e por isso estão perfeitamente adaptadas aos trabalhos de escritórios habituais. Depois há as corujas, pessoas que conhecemos que gostam de trabalhar à noite, estão despertas durante a madrugada e só começam a funcionar depois das 12h.

Mas há muito mais do que isso. Pink mostra a importância que começar com o pé direito tem, já que este influencia os salários e até o desenvolvimento da carreira. Sabias que entrar no mercado de trabalho em ano de crise económica pode atrasar o teu desenvolvimento profissional em quase uma década? E que o meio de um projeto pode ser motivador para continuar? E que muitas vezes dizemos que uma viagem correu bem se o fim dela foi punjente?

A relação que os seres humanos têm com os dias, semanas, meses é muito mais do que corujas e cotovias. É tomar decisões de correr uma maratona, casar, comprar casa, mudar de emprego. Ao sabermos estes triggers é muito mais fácil organizar a nossa vida e melhorar.

Quanto às cotovias e corujas, Pink dá uma solução: adaptar os horários do trabalho e das escolas para permitir o sucesso escolar e profissional dos seres humanos. Não olhar para o tempo é desperdiçar uma oportunidade de ouro de melhorar o mundo com um baixo custo.

É por isso que é relevante este livro: mostra como o tempo pode ser um instrumento de desenvolvimento social e económico, em que como pequenas soluções podem resolver grandes problemas hoje e no longo prazo.

Comprar este livro “Quando” é fazer o que o autor faz: olhar para os problemas de uma forma criativa e com um otimismo. E pode-se falar de otimismo prático, já que os estudos científicos ajudam a suportar as suas ideias.

Notas a aguardar

  • A ciência do timing diz-nos que é tão importante aquilo que fazemos e quando fazemos.
  • Alguns sound bites: pouco é melhor do que nada, andar é melhor do que estar parado, no exterior é melhor que no interior, totalmente desligado é melhor que semidesligado.
  • As sestas não são coisa do preguiçoso: podem muito bem ser fundamentais a um dia de trabalho produtivo. Com sestas de dez a 20 minutos, o efeito no funcionamento cognitivo é positivo desde o momento em que se acorda.
  • Porque é que gostamos tanto de iniciar algo? Os marcos sociais de começar alguma coisa servem dois propósitos: dar a oportunidade as pessoas de abrir contas mentais novas; e abanar-nos da árvore para termos noção da floresta. Os marcos temporais abrandam o nosso pensamento, permitindo-nos deliberar da um nível mais elevado e tomar melhores decisões.
  • A ciência do timing diz que os meios tem efeitos poderosos. Por vezes chegar a meio entorpece-nos o interesse e interrompe o progresso. Os meios podem arrasar-nos, como uma quebraa, mas também podem galvanizar-nos, como uma faísca. Ou paralisamos, ou percebemos que não temos muito tempo e injeta uma dose saudável de stress e reaviva a motivação.
  • As pessoas preferem fins que elevam, eles fazem-nos pensar e redireccionar as nossas ações. Também associamos mais peso ao momento mais intenso (o pico) e à forma como culminou (fim).
  • O que os seres humanos fazem raramente é a solo. Muito do que fazemos – no trabalho na escola e em casa – fazemos concertadamente com outras pessoas. A nossa habilidade para sobreviver, até mesmo para viver, depende da nossa capacidade de nos coordenarmos com outros e ao longo do tempo. Sim, o timing individual de gerir os nossos começos ,meios e fins é crucial. Mas o timing de grupo é igualmente importante e é essencial que saibamos o que constitui o seu âmago.
  • Dito de outra forma, os grupos tem de se sincronizar a três níveis: com o chefe, com a tribo e com o coração.
  • A coordenação faz de nos pessoas melhores – e ser pessoas melhores torna-nos mais coordenados
  • O desafio da condição humana é reunir o passado, o presente e o futuro.