Para além de escrever e trabalhar em marketing também quero saber programar. Porquê? Conhece neste artigo algumas razões para aprender a programar.
Quando chegou a altura de escolher uma carreira, para mim, foi tarefa fácil. Gostava de escrever, por isso deveria ser jornalista. Todo o meu percurso foi pensado nesta meta: ser jornalista e escrever sobre notícias.
Fui para Humanidades no secundário (porque era assim que era) e entrei na licenciatura de Jornalismo. Contudo, a minha carreira não começou aí.
O meu percurso é um conjunto de experiências, desde vendas, marketing digital, escrita de conteúdos, gestão de projetos, etc. Juntamente a todas estas skills, há outra que estou a desenvolver: programação.
O que é programar?
Programar pode ser resumido a criar instruções para um computador executar. Sim, é só isto, mas é muito mais.
Existe um complexo léxico ligado a esta área como linguagens de programação, frameworks, gestão de projetos, servidores, web development, UI/UX, etc. Todos estes termos têm algo em comum: criar algo através do teu computador e esse é o princípio da programação.
A sua importância para a digitalização é enorme. Muitos processos passaram a ser desempenhados por máquinas, pelo que precisamos de “comunicar” com elas para fazerem aquilo que queremos, de forma muito mais rápida e eficiente.
Com a transição para o mundo digital, pede-se que os seres humanos tenham maiores competências de interpretação e estratégia do que propriamente funcional. Se antes um contabilista teria de fazer tudo à mão, hoje pode ter softwares que apoiam nessa gestão. Assim, um contabilista deve ter as competências técnicas, mas também digitais para se adaptar a diferentes softwares e a exportar os dados que precisa para tirar as suas conclusões.
E para quem desenvolve esses softwares, consegue entrar num mercado muito apetecível, vender os seus serviços, crescer em faturar e atrair o melhor talento. Por outro lado, esse talento é escasso, técnico e bem pago, tornando-se uma área muito atrativa para empresas, recrutadores e pessoas que querem ter mais satisfação na carreira.
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Porque deves aprender a programar?
Aprender a programar é sempre mencionada como uma das competências do futuro. Portugal foi o país europeu onde o número de programadores mais cresceu em 2018, segundo o jornal Público. Contudo, não está fácil preencher as imensas vagas que as empresas de tecnologias anunciam todas as semanas.
Um relatório divulgado pela sociedade de capital de risco Atomico e abordado pelo Dinheiro Vivo, mostra que seis em cada 10 oportunidades de empregam ficam por ocupar ao fim de mais de 60 dias. Ou seja, existe muita procura e pouca oferta. É por isso uma boa área para apostar competências no futuro.
A principal razão que te digo para aprender a programar é porque tudo será digital.
A tecnologia está a entrar nas empresas em pleno e, por isso, esta vai ser uma competência pedida no teu CV como se fosse uma competência básica.
Lembraste quando tinhas de por no CV que sabias mexer no Microsoft Office? Hoje, mostrar que sabes mexer num computador é um dado adquirido e não uma valência diferenciadora.
O mesmo vai acontecer com a programação. Hoje é um fator diferenciador, amanhã será um dado adquirido: e quem não souber, vai ficar para trás. Vais deixar de ver empresas como “empresa de automóvel”, “empresa de comida” ou “empresa para {inserir nome de inúdstria}”. Os negócios vão-se autoentitular de negócios “digitais”, pois a sua base será um software, uma ideia de fazer uma maior aproximação ao consumir via digital.
Até os serviços básicos que não ficaram fechados devido à pandemia, como supermercado e farmácias investem no digital. Quer seja em apps para compras online, serviços de entrega ao domicílio ou gestão de dados para perceber melhor o que o seu cliente compra.
O conhecimento de programação pode também ser aplicado à Internet
Algumas funções do marketing digital acabam por pedir competências em HTML e CSS, que, tecnicamente, não são linguagens de programação, mas são componentes bases para entender a Internet.
E ao saberes como este mundo funciona, podes criar aspetos que te permitam analisar os comportamentos que queres, extrair e analisar dados de forma eficiente. Podes ainda criar o teu próprio site e exibir um excelente portefólio.
Aprender a programar dá-te conhecimento, experiência e também ajuda a trabalhar a tua adaptabilidade. O mercado de trabalho muda rapidamente e tu deves acompanhá-lo, para agarrar as melhores oportunidades. Mesmo que sejas freelancer e tenhas o teu próprio negócio, saber um pouco de programação permite-te escolher os parceiros, pois entendes o seu léxico e sabes o que procuras. Aprender a programar é ser digital numa economia que será cada vez mais digital.
Como aprender a programar?
A minha jornada com a programação começou em 2015, quando experimentei fazer cursos de HTML de um site muito recente chamado Code Academy. Todos os cursos eram gratuitos e estive três semanas a aprender o básico. Adorei o sentimento de descoberta, de aprendizagem, de criar algo com as minhas próprias mãos.
Essa sensação acompanhou-me sempre e, passado alguns anos, descobri o SheCodes, um conjunto de cursos online acessíveis com o objetivo de ensinar mulheres a programar.
A missão é clara: existe um gap de género na área de tecnologia e precisa-se de mais mulheres na área de programação. Estes são cursos introdutórios em que aprendes sobre desenvolvimento e gestão de produto, através de vídeos, trabalhos de casa semanais e um projeto final para o teu portefólio.
Já tinha feito outros cursos online no YouTube, mas o SheCodes deu-me o acompanhamento e as bases de que precisava. Além disso, o espírito da comunidade ajudou-me a partilhar as minhas dificuldades e a ajudar outros a superar desafios.
Aconselho também a visitar outras ferramentas tais como:
- FreeCodeCamp.org, uma organização sem fins lucrativos com imensas horas de conteúdo e cursos gratuitos para iniciares a tua jornada de conhecimento;
- Code Academy, um dos sites mais famosos para aprender a programar, ao teu próprio ritmo, com alguns cursos introdutórios gratuitos;
- TreeHouse, se queres mesmo converte-te num programador, este é um dos portais mais recomendados. Os cursos têm um custo elevado, contudo o feedback é extremamente positivo e em alguns meses muitos
- Bootcamps em Portugal, como Academia de Código ou IronHack podem ser uma mais valia para quem quer mudar de carreira completamente (e se estás à procura de financiamento, vai à Fundação José Neves para obter uma bolsa);
- Por fim, não esquecer o YouTube: não vais ter acompanhamento e é preciso alguma disciplina, mas para aprender o básico é suficiente.
Aprender a programar é uma competência essencial para qualquer profissional, mesmo que não queiras ser um programador. É relevante perceberes como funcionam as grandes empresas, que transformações digitais o teu setor vai sofrer e como é que tu, como profissional, podes contribuir para essa evolução. Investe algum tempo a aprender a programar